quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Obra vai reunir frases provocativas de Brizola



Até seus inimigos reconhecem: as frases e provérbios de Leonel Brizola (1922-2004) fazem falta à política brasileira. Ele era capaz de perder um aliado, mas uma boa frase, jamais. Que o diga Lula, seu inimigo íntimo, que, por causa do velho caudilho, jamais se livrou do apelido de "sapo barbudo". "A política é a arte de engolir sapo. Não seria fascinante fazer agora a elite brasileira engolir o Lula, este sapo barbudo?", teria dito Brizola em 1989. A elite não engoliu e Lula perdeu a eleição para a presidência para Fernando Collor.

No ano em que o ex-governador do Rio (1983-1987/ 1991-1994) completaria 90 anos, um livro, ainda sem editora, com frases criadas por ele, está sendo organizado por sua neta Juliana Brizola, deputada estadual (PDT-RS). Serão 90 frases, cada uma representando um ano.

"A ideia surgiu assim que o meu avô morreu. Começamos a lembrar das frases, das tiradas inteligentes, dos provérbios, que não eram criados por ele, mas eram como se fossem", diz Juliana. A neta lembra que passou a vida convivendo com um homem desconfiado. Um verdadeiro "animal político". "Quando ele dizia: "Tem batata nessa chaleira" é porque já sabia que alguém estava tentando enganá-lo. Aí ele não sossegava", lembra. "Se alguém ameaçava sair do partido ou fechar aliança com algum inimigo, todos já sabiam qual seria o provérbio: "Fulano está costeando o alambrado"."

O curioso é que Brizola, socialista de formação, usou boa parte do seu talento como frasista para cutucar a esquerda brasileira. O alvo preferido sempre foi o PT, com quem vivia às turras. Suas brigas com o partido abriram feridas jamais cicatrizadas, mas, ao mesmo tempo, serviu de inspiração para um punhado de frases, repetidas até hoje, inclusive pelos opositores: "O PT é a UDN de tamanco e macacão" ou "O PT é a esquerda que a direita sempre quis".



(fonte portal PDT)

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